sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ruas do Triângulo



O Triângulo é onde a cidade de São Paulo nasce. O perímetro delimitado pelas Ruas Direita, São Bento e 15 de Novembro, no Vale do Anhangabaú (chamado na época de “Vale Intransponível”), concentra a ferveção populacional da São Paulo do início do século.

O Centro era balizado pelos Conventos de São Francisco, São Bento e São Carmo. As ruas não iam além dos vales dos rios Tamanduateí e Anhangabaú. Tudo era tão perto que a primeira linha de bonde, puxado por animais, só seria inaugurada em 1872. Mas o primeiro passo para tirar São Paulo do destino periférico havia sido dado no ano anterior. A inauguração da ferrovia Santos-Jundiaí, em 1867, iria ajudar a canalizar para a cidade a riqueza do café, que se expandia pelo oeste do Estado. E, no sentido contrário, iria trazer milhares de imigrantes estrangeiros.

Consideradas estreitas até para os padrões de construção da época, com o passar do tempo, as “Ruas do Triângulo” se transformaram, naturalmente, em ruas estritamente para pedestres.

Durante o governo de João Teodoro (1872-1875), foi feito o calçamento das ruas da região, uma novidade então na época, abrangendo também o Largo do Rosário e a Praça da Sé.

O Triângulo acabou virando uma região de passeio. A expressão “fazer o Triângulo” acabou denominando o passeio de grupos de rapazes saindo do Largo São Bento, avançando pelas Ruas 15 de Novembro, Direita e São Bento, enquanto as moças faziam o trajeto inverso. O Bar Viaduto, na Rua Direita, com orquestra todas as noites, também servia aos propósitos dos apaixonados.

Em virtude de seu formado arcaico das artérias do Centro antigo, o cruzamento entre a Rua São Bento e a Rua Direita foi chamado de “Quatro Cantos”.


Curiosidades:


A “fotografia animada” ou “lanterna mágica” –-como era chamado então o cinema—- é apresentada pela primeira vez na cidade em um salão na Rua 15 de Novembro. A Rua São Bento foi considerada o berço do cinematógrafo por ter sido nela construído o primeiro cinema, ao qual foi dado o nome de Íris.
Foi dado o nome de Rua Direita por ser o “caminho direito” entre o terreiro da Sé e o despenhadeiro do Anhangabaú. Anteriormente, seu nome completo era Rua Direita de Santo Antônio.
A Rua 15 de Novembro já foi chamada de Rua do Rosário dos Homens Pretos por causa de uma igreja que ficava onde hoje é a Bolsa de Mercadorias & Futuros, depois, de Rua da Imperatriz e, a partir da Proclamação da República, adquiriu seu nome atual.
O Café Girondino na Rua São Bento foi inaugurado em 9 de fevereiro de 1998, baseado nas antigas cafeterias do início do século
A Rua da Quitanda já se chamou Beco da Cachaça e Rua do Cotovelo, antes de passar a ser uma rua de comércio de produtos desde cocada até sacos de farinha e de feijão.
As vitrines da Casa Fretin foram confeccionadas por técnicos do Liceu de Artes e Ofícios, localizado no mesmo prédio da Pinacoteca do Estado.
O escritório fotográfico de Guilherme Gaensly ficava na Rua 15 de Novembro, de onde ele fez os principais registros da sociedade paulistana do início do século influenciada que estava com o dinheiro do café.
A Rua Direita já se chamou Direita de Santo, Santo Antônio e Direita da Misericórdia, em razão de quando São Paulo foi convertido ao cristianismo, Deus teria dito: "Segue directum que Me encontrarás" (por isso também todas as Ruas Direitas desembocam em alguma igreja).

Serviço:
Ruas do Triângulo
Ruas São Bento, 15 de Novembro e Direita
Próximas ao Metrô São Bento.

Retirado do site:http://sampacentro.terra.com.br/textos.asp?id=162&ph=12


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