sexta-feira, 14 de maio de 2010

Copan

Uma grande curva na cidade saturada de ângulos retos. Considerado um marco da modernidade paulistana, o edifício Copan foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer em 1951 e desenvolvido por Carlos Lemos, chefe do escritório de Niemeyer em São Paulo. As obras foram concluídas em 1966.
Com o intuito de construir um complexo hoteleiro, residencial, turístico e de serviços -- o Maciço Turístico Copa
n -- a Companhia Panamericana de Hotéis e Turismo encomendou o projeto original a Oscar Niemeyer, que idealizou um lugar onde pessoas de diferentes organizações familiares, classes sociais e culturais pudessem conviver em harmonia. Para isso, além de apartamentos, foram projetadas diversas áreas de convivência, como um cinema, um teatro, um grande restaurante e um hotel de luxo.


No entanto, a Companhia Panamericana nunca conseguiu levar o projeto adiante. A planta da obra passou pelas mãos de representantes do Banco Nacional Imobiliário, da construtora e incorporadora CNI e do Bradesco, que alterou o projeto original e deu início às obras em 1957. O hotel e o teatro nunca saíram do papel e os apartamentos dos blocos E e F, que contariam com 3 dormitórios, foram redivididos em quitenetes e apartamentos de 1 quarto.


Curiosidades:

O Copan conta com a maior estrutura de concreto armado do país: foram utilizados até 400 kg por metro cúbico. Só o cimento utilizado nas brise-soleil (lâminas horizontais que aparam os raios solares) seria suficiente para se construir um prédio de dez andares.
Estima-se que os 1160 apartamentos abriguem cerca de 5 mil moradores. A densidade demográfica é tanta que o Correio criou um CEP específico para o edifício: 01066-900.
O prédio tem 115 metros de altura e 120 mil metros quadrados de área construída, sendo que os apartamentos maiores (localizados nos blocos A, C e D) têm até 350 metros quadrados.
Em contrapartida, os apartamentos menores localizam-se no Bloco B, onde há 20 quitenetes com 26 metros quadrados por andar. Mais da metade dos apartamentos do Copan (640 unidades) ficam nesse bloco, que já foi tido como um cortiço vertical.
Foi a configuração do terreno (uma faixa irregular entre a rua Araújo e a Vila Normanda, com frente para a avenida Ipiranga) o que determinou a forma sinuosa do edifício: Niemeyer criou a forma mais bela possível de ser implantada naquele espaço.
As passagens internas do Copan também são curvilíneas. Segundo o arquiteto Minoru Naruto, da FAU-USP, esse desenho favorece a intimidade das pessoas com o prédio e enriquece a experiência do percurso. A área de circulação tem atualmente cerca de 70 lojas.
Hoje em dia, o cinema localizado no térreo é uma filial da Igreja Renascer.
Classificado como Z8-200 (imóvel tombado), o prédio foi construído no mesmo período em que ergueram o Edifício Itália.
Esse imenso laboratório social já foi apelidado de "formigueiro" e de "prédio dos descasados" nos anos 70. No entanto, até hoje ele é palco de algumas "lendas" e já virou até livro: Arca sem Noé, de Regina Rheda (ed. Paulicéia), inspirado nos vizinhos da autora.
O Copan já foi residência do dramaturgo Plínio Marcos e de Noêmia Mourão, viúva do pintor Di Cavalcanti.
O edifício tem duas inscrições no Guiness Book (O Livro dos Recordes): uma por "maior área construída" e outra por "maior número de unidades".

Serviço:
Edifício Copan
Avenida Ipiranga, 200
Próximo ao Metrô República

Retirado do site:
http://sampacentro.terra.com.br/textos.asp?id=118&ph=3


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