segunda-feira, 10 de maio de 2010

A História de São Paulo por suas imagens



A primeira missa de São Paulo de Piratininga é o marco do nascimento da cidade.
Henrique Ferraz
Estudante de Arquitetura e Urbanismo da EESC-USP - Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo
e-mail: henriqueferraz_arqurb@yahoo.com.br

Antes da chegada dos portugueses ao Brasil, os povos ameríndios já haviam ocupado todo território latinoamericano em 9000 a. C., sendo que em 2000 a. C. já se praticava a agricultura em todos os cantos do país. Na região onde hoje é o Estado de São Paulo, se encontravam as famílias indígenas dos tupi, dos guarani e dos jê, famílias estas compostas de vários troncos linguísticos e inúmeros dialetos. Com a chegada dos portugueses, iniciou-se um processo de genocídio dos indígenas, pois dos três milhões e meio de ameríndios nos idos do século XVI, temos hoje um pouco mais de duzentos mil indivíduos. Além deste extermínio em massa, temos também a escravização (subjulgando-os à exploração colonial), a expulsão de suas terras, o desrrespeito à sua cultura e linguagem (em paralelo ao processo de catequização), além das inúmeras mortes por doenças trazidas pelos colonizadores (uma simples gripe era um vírus fatal para uma sociedade que o desconhecia e não possuía os anti-corpos necessários). A visão portuguesa do Brasil era uma imensa terra sem dono, em eterna primavera e inocência. O gesto de batizarem a todos os lugares com o nome dos santos dos dias (Todos os Santos, São Sebastião, São Vicente, Monte Pascoal) confirma sua idéia de propriedade da terra, enquanto construção sócio-política que hoje conhecemos. Passado quase meio século de escravização indígena, sob defesa dos jesuítas, são criadas diversas leis (reais e eclesiásticas) que negavam a escravização do índio, sendo substituída pelo negro africano (devido aos altos lucros que esta rendia: "vão-se os navios com escravos, retornam-se as especiarias e outros artigos tropicais"). Os negros trazidos da África para o Brasil são, em sua maioria, vindos de Benguela (na costa oeste africana), Moçambique e Mombaça (na costa leste). Para os jesuítas, os negros eram inferiores e, por isto, não se importavam com sua escravidão. Para a corte, tanto importava negro ou índio, contanto que o tráfico de escravos rendesse lucro e se evitasse problemas com a Igreja Católica.
Assim, a história de São Paulo, como hoje conhecemos, inicia-se como uma interseção de caminhos vindos da Capitania de São Vicente (fundada em 1532 pelo português Martim Afonso de Souza). A escolha do local como povoado, ou seja, ponto de fixação humana, em meio à Mata Atlântica, foi estratégica pelo planalto que se configura como um descanso, após a íngreme subida pela Serra do Mar.

O Pátio do Colégio, acima em ilustração de 1824

Os únicos trechos de São Paulo realmente com 450 anos de colonização portuguesa são as imediações do Pátio do Colégio. O Pátio do Colégio era antes apenas um acampamento jesuíta: a edificação começou a ser construída após a primeira missa de São Paulo de Piratininga (ilustrada no topo do texto), em 25 de Janeiro de 1554, sendo concretizada em 1º de Novembro de 1555. Inicialmente era apenas uma pequena casa de jesuítas, medindo 14 por 10 passos (o equivalente a 90 m²): logo após tornaria-se também colégio de jesuítas (motivo de hoje ser conhecido por Pátio do Colégio), enfermaria, cozinha e refeitório. A partir de então, foi cenário das mais importantes atividades educacionais, cívicas, culturais e religiosas ocorridas na cidade. Futuramente, em 1770, o Pátio abrigou a sessão inaugural da Academia Paulista de Letras (outrora conhecida por "Academia dos Felizes"). Em 1882, após reforma, passou a ser o Palácio do Governo. Hoje, torna-se novamente importante para a cidade como centro cultural e histórico, recebendo uma média de 5 ônibus escolares, 40 visitantes brasileiros e 10 estrangeiros ao dia, que buscam um pouco das origens da história da cidade.



Gravura do século XVIII, ilustrando os tropeiros e os bandeirantes às margens do rio Tietê

Para além desta região, a história da cidade é bem mais recente. Até 1711, São Paulo ainda era uma vila colonial, só então elevada à categoria de cidade por D. João VI. Ainda assim, nos primeiros três séculos de ocupação da cidade, São Paulo não passou de apenas um entreposto comercial, suprindo tropeiros e bandeirantes de mantimentos e equipamentos na sua busca por indígenas (para a catequização e trabalhos agrícolas), quilombos de escravos fugidos e, posteriormente, ouro. Os bandeirantes de São Paulo eram os mais cruéis, sendo Domingos Jorge Velho o responsável pela prisão dos índios cariris e janduís, além da destruição do quilombo de Palmares (na região entre Sergipe e Pernambuco) em 1654. Outros bandeirantes paulistas se destacaram nas bandeiras em busca de ouro, como Antônio Rodrigues de Arzão, que descobriu o metal em Cataguases (Minas Gerais), em 1693, ou Antônio Dias Oliveira, que fundou Vila Rica (atual Ouro Preto, Minas Gerais) em 1698, ou ainda Borba Gato, que em 1700 encontrou ouro em Sabará (também em Minas Gerais). A visão romântica de que os bandeirantes eram heróis paulistas deve-se ao valor da história paulista após a Revolução Constitucionalista de 1932, melhor explicitada adiante.


Retirado do site:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_23/sampaimagem/ptoColegio5.jpg&imgrefurl=http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_23/sampa.html&usg=__ycWC4X8ARDacfv49JLFHOmK8hXc=&h=345&w=648&sz=37&hl=pt-BR&start=8&um=1&itbs=1&tbnid=YSzd3hZaGtmxcM:&tbnh=73&tbnw=137&prev=/images%3Fq%3Dp%25C3%25A1tio%2Bdo%2Bcol%25C3%25A9gio%2Bantigo%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1


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